terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Liquidação Alô Bebê vai até o dia 12

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime


Se você está querendo dar aquela renovada no guarda-roupa do seu filhote, a hora é essa! A Alô Bebê veste crianças até 12 anos e faz uma super liquidação até o dia 12 de fevereiro.

Peças da coleção de primavera/verão estarão com até 40% de desconto. Entre os itens na promoção estão: o conjunto Lunender de camiseta e short, para as meninas, de R$69,90 por R$41,94; e para os meninos, o conjunto pacífico, de R$61,90, por R$37,14.

A liquidação é válida para qualquer uma das lojas físicas da rede Alô Bebê, que ficam somente no estado de São Paulo. Não sabe onde tem uma? Acesse www.alobebe.com.br e confira os endereços.

A rede aceita todos os cartões de crédito e débito (Visa, MasterCard, Diners, America Express, HiperCard, Aura), com parcelamento em até quatro vezes sem juros.

Lembrando mais uma vez: os descontos não valem para as compras feitas pelo site.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Buscapé lança ferramenta para comparar preços de materiais escolares

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime


Assustada com o tamanho da lista de material escolar? Prepare-se para se assustar também com a variação de preços que os produtos que a compõem sofrem nessa época do ano. A recomendação é pesquisar em diversas lojas e papelarias em busca de economia e melhor preço, o que sempre dá muito trabalho.

Para ajudar papais e mamães a minimizarem os gastos, o Buscapé, maior site de comparação de preços do comércio eletrônico no Brasil, lançou uma ferramenta que, não só cria listas, mas também consulta a melhor compra dos produtos em uma ou mais lojas sugeridas pelo site.

E, acredite: a diferença de preço é gigantesca. Em alguns casos, a economia pode ser de 499,60%, como no caso do caderno universitário espiral Dura Credeal Conect, que apresentou preços variando de R$9,99 a R$59,90. Outra grande diferença registrada é a do grampeador PaperPro StackMaster Manual 100, que teve o menor preço de R$129,90 e o maior de R$345,20, uma variação de 165,74%.

Convenhamos, economia na lista escolar sempre vai bem. Depois, é usar o dinheiro que sobrou para fazer um programa legal com os pequenos nesse restinho de férias.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Papinhas com sabor de Brasil

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime

Cada região brasileira tem um alimento mais utilizado na culinária, ou mesmo um prato que é a cara daquele pedacinho do país. E a gente sabe que os ingredientes próprios de cada região são mais fresquinhos, saborosos e baratos. Com eles é possível preparar pratos típicos incríveis. E porque as crianças devem ficar de fora dessa folia gastronômica? Desde pequenos dá para colocá-los frente a frente com as delícias locais e ensiná-los a ter uma alimentação que privilegie frutas, legumes e verduras.

A proposta das especialistas consultadas é adaptar essas gostosuras - quando necessário - e inclui-las nas refeições da garotada. Há diversas sugestões para incrementar o almoço, o jantar, o lanche... E, se você não conhece algum ingrediente, nada de cara feia: aprenda a provar os sabores do Brasil. Assim o seu filhote tem o bom exemplo e come sem fazer careta!

Do Centro Oeste vem um prato chamado cozidão. E os pequeninos podem se deliciar com uma versão que leva cenoura e salsinha, fontes de pró-vitamina A e ferro. "Colocamos todos os vegetais do cozidão mesmo, pois é viável. O cuidado é controlar sal e óleo e, quando necessário, cozinhar por mais tempo", analisa a nutricionista Raquel Botelho.

E é também do coração do Brasil que chega uma receita bem gostosa para o lanche: bolo de jenipapo com passas. Típica da região, a fruta é fonte de proteínas, rica em vitamina C, ferro e fibra.

A região Norte é um caso à parte. Rica em sabores exóticos, a culinária local abusa dos ingredientes típicos e costuma se render às frutas, boas fontes de vitaminas, minerais e fibras. "A papinha de banana pacovã, é feita com um tipo de banana que é popularmente chamada de banana comprida ou da terra. Ela apresenta tamanho maior do que as bananas comuns e deve estar com ponto de maturação bem avançado. É um fruto muito apreciado na preparação de doces e salgados", explica a nutricionista Sônia Oliveira.

O peixe e papa de macaxeira com pupunha fazem uma excelente combinação. Aliás, a culinária nortista aposta nos pratos à base de peixes. "Esta preparação contém proteína que é importante para crescimento da criança e formação de novas células, evita a anemia, contém carboidrato, que fornece energia e contribui no ganho de peso, é rica em lipídeos que são gorduras responsáveis também por fornecer energia ao organismo", explica a especialista.

E nutrientes não faltam. Os frutos da pupunheira constituem um alimento essencialmente energético, mas contêm quantidades pequenas de proteína, óleo, caroteno, vitaminas B, C e ferro. "O preparo contém vitamina A, que é importante para a pele, crescimento, para a manutenção da visão normal; vitamina C, importante para melhorar a imunidade e para ajudar na absorção do ferro e na cicatrização; zinco, que é importante para aumentar o paladar e apetite; cálcio, fundamental para os ossos e dentes e fibra alimentar, necessária para o bom funcionamento do intestino", diz.

No Sul é muito comum o purê de moranga, que as crianças comem até se lambuzarem por completo. Essa espécie de abóbora é bastante apreciada nessa região do Brasil. Nas cidades do interior qualquer pedacinho de terra vira uma plantação. Então, porque não aproveitar e inseri-la no cardápio do seu filhote? "A moranga é fonte de vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo", ressalta a nutricionista Ana Paula Dexheimer.

E, para a sobremesa de quem raspar o prato, outra iguaria local: o sagu. A receita original do doce leva vinho, cravo-da-índia, canela e açúcar. Feito a partir da fécula da mandioca, também ricamente cultivada entre o Paraná e o Rio Grande do Sul, as pequenas bolinhas podem ganhar uma infinidade de sabores, como o sagu de laranja. Segundo Ana Paula, além de ser uma gostosura, o sagu é rico em vitamina B3, que reduz dermatites e atua na digestão, vitamina C, cálcio, ferro, fósforo, potássio e proteínas. "Pode guardar na geladeira. A família inteira vai se deliciar", aposta.

A região Sudeste é responsável por um dos pratos mais conhecidos no território nacional e também no exterior. E é ela quem serve de inspiração para a receita da feijoadinha, selecionada pela nutricionista Karen Levy Delmaschio. O feijão preto é excelente para as crianças: possui ácido fólico, uma vitamina importante na prevenção de anemia, pois atua na renovação dos glóbulos vermelhos do sangue, no crescimento, no sono e na memória.

E não é só por isso. "No feijão estão presentes triptofano, um aminoácido que atua na sensação do bem-estar, no sono, no crescimento e na produção da insulina; o manganês, mineral que ajuda o metabolismo ósseo; o magnésio, mineral que reduz a hiperatividade, a insônia, ajuda na memória, no aumento do apetite e na evacuação; vitamina B1 (tiamina), que reduz a hiperatividade, a dificuldade de aprendizado, a inapetência e o ferro, mineral que atua na inapetência, reduz o aparecimento de estomatite e atua na formação de glóbulos vermelhos do sangue", lista a especialista.

Por si só o feijão já é campeão para a saúde. Mas, a composição tem outra integrante de peso: a couve. Rica em fibras e vitaminas A e C, a verdura tem ação antioxidante, aumenta as defesas do organismo contra infecções, atua na absorção do ferro, na cicatrização de feridas, na hiperatividade, reduz a inapetência, previne o sangramento das gengivas; é bom para os olhos, para o crescimento, ajuda na contração dos músculos, transmissão de impulsos nervosos, coagulação sanguínea, ajuda no sono e na memória. Ufa!

Uma deliciosa papinha de frutas tropicais também cai super bem na região, uma das mais quentes do Brasil. Refrescante, a combinação tem gosto de quero mais e faz um bem enorme. "A banana ouro tem potássio, importante para a contração muscular e vitamina B6, excelente para o bom funcionamento dos sistemas nervoso e imunológico, atuando na produção de glóbulos vermelhos do sangue. O mamão é rico em bromelina, enzima que ajuda na redução de muco e inflamação; além de ácido fólico, vitamina importante na prevenção de anemia, pois ajuda a renovar os glóbulos vermelhos do sangue. A pitanga possui vitamina A, nutriente essencial para a visão, crescimento, desenvolvimento dos ossos e dentes e vitamina C", esclarece Karen.

E quem não aprecia a culinária do Nordeste? É tanta coisa boa que nem dá para contar! A fruta-pão é bem conhecida por lá e, muitas vezes, é servida no café da manhã de forma simples: cozida e com manteiga. Bastante versátil, a polpa branca pode ser consumida in natura ou no preparo de pratos doces e salgados. As crianças poderão prová-la de forma bastante nutritiva: a sopa de fruta-pão. De acordo com a nutricionista Marcella Azevedo, a belezura é rica em calorias, carboidratos, água, vitaminas B1, B2 e C, cálcio, fósforo, ferro e tem baixo teor de gorduras.

Para arrematar a lista e refrescar, que tal um suco de umbu? A Umbuzada é azedinha, mas a garotada vai adorar. O fruto tem bastante vitaminas A, C, B1, B2 e minerais como cálcio, fósforo, potássio e ferro. “A fruta tem ação energética, ajuda a eliminar toxinas e auxilia contra a desnutrição”, finaliza a nutricionista.

RECEITAS

CENTRO OESTE

Receitas da nutricionista Raquel Botelho

Cozidão
3 colheres de sopa de carne (músculo)
3 rodelas de banana da terra
1 colher de sopa de cenoura
3 colheres de sopa de mandioca
3 colheres de sopa de batata doce
1 colher de chá de cheiro verde
3 colheres de sopa de batata inglesa
1 colher de sopa de repolho branco
1 colher de chá nivelada de alho
1 colher de chá de cebola1 colher de chá de óleo
1 colher de café nivelada de sal 2 xícaras e meia de chá de água

Em uma panela dourar a carne com o alho. Cobrir a carne com água e adicionar o sal, deixando cozinhar até que a carne fique macia (pode ser utilizada a panela de pressão). Enquanto a carne cozinha, descascar e cortar em cubos a mandioca, cenoura, batatas, batata doce, repolho, e cebola. Adicionar cada uma destas hortaliças, na ordem citada, com intervalos de cinco minutos de uma para outra. Deixar cozinhar e por ultimo adicionar a banana cortada em cubos, finalizando a preparação salpicando o cheiro verde picado.

Bolo de jenipapo e passas
2 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
2 ovos
1 xícara de manteiga
1 unidade média de jenipapo
1 colher de chá de fermento químico
3 colheres de sopa de uva passa
1 pitada de canela em pó
1 xícara de água

Bater na batedeira o açúcar com a manteiga derretida. Acrescentar as gemas e bater. Adicionar o suco de jenipapo (jenipapo sem casca e sem semente batido no liquidificador com a água) e homogeneizar a massa. Juntar lentamente à massa a farinha de trigo peneirada e o fermento químico e misturar até que a massa esteja lisa. Separadamente bater as claras em neve e verter a massa de bolo sobre a clara em neve. Misturar com uma colher de plástico ou de metal levemente, e acrescentar as uvas passas e a canela em pó, mexendo até que a massa esteja homogênea. Colocar em uma forma de bolo (com furo) com 30 cm de diâmetro, previamente untada com manteiga e farinha, e assar em forno a 180ºC por 35 min.

REGIÃO NORTE
Receitas da nutricionista Sônia Oliveira

Peixe e papa de macaxeira com pupunha
1 colher de sopa de pupunha picada
1 pedaço pequeno de macaxeira descascada
1 colher de sopa de cebola picada
1 colher de sobremesa cheia de cheiro-verde picado
1 pedaço pequeno de peixe
1 colher de café de sal
1/3 de copo de requeijão de água

Em uma panela pequena, colocar a pupunha picadinha, a macaxeira cortada em cubos pequenos, o sal, a cebola, o cheiro-verde e a água. Levar ao fogo baixo e cozinhar por 15 minutos. Escorrer a água. Amassar com garfo e servir com o peixe cozido desfiado.

Papa de banana pacovã
1 pedaço de banana pacovã

Amassar com garfo e oferecer com a colher.

REGIÃO SUL
Receitas da nutricionista Ana Paula Dexheimer

Purê de Moranga
1/2 unidade de moranga
2 batatas
1 pitada de sal

Cozinhar até os ingredientes ficarem macios. Liquidificar e servir acompanhado de carne moída ou frango desfiado.

Sagu de laranja
1 xícara de sagu
2 copos de suco de laranja
4 colheres (sopa) de açúcar

Deixar o sagu de molho em água por 40 minutos. Aquecer o suco de laranja. Acrescentar o sagu e o açúcar. Cozinhar até as bolinhas ficarem transparentes. Antes de apagar o fogo, acrescentar 4 cravos da índia. Servir morninho ou frio.

REGIÃO SUDESTE
Receitas da nutricionista Karen Levy Delmaschio

Feijoadinha
1 xícara de feijão preto
2 folhas de couve
1 unidade pequena de mandioca
1 posta pequena de Dourado ou Cação
2 folhas de louro

Cozinhe o feijão e a mandioca na água com as folhas de louro. Assim que estiver al dente, acrescente o peixe e, por último, as folhas de couve picadas. Quando estiver pronto, retire as folhas de louro e amasse ou bata no liquidificador.

Papinha de frutas tropicais
1 unidade de banana ouro
1 fatia fina e pequena de mamão
4 unidades sem caroço de pitanga

Pique a banana e o mamão e acrescente a pitanga. Amasse bem com um garfo. Não é necessário colocar açúcar pois a criança deverá sentir o gosto doce das frutas.

REGIÃO NORDESTE
Receitas da nutricionista Marcella Azevedo

Sopa de fruta-pão
500 g de fruta-pão
7 xícaras de água
2 xícaras de leite fervido
1 cebola grande
Manteiga e sal

Ferva a fruta-pão até que fique a ponto de passar pela peneira. Feito isso, junte o leite e os demais ingredientes e deixe ferver.

Umbuzada
1 porção de umbus bem maduros
Água para cozimento
Leite e açúcar a gosto

Lave os umbus e leve-os ao fogo para cozinhar por alguns minutos para amolecer a polpa. Retire do fogo e escorra a água, deixe esfriar. Em seguida, despolpe os frutos com as mãos ou com uma colher. Passe a polpa pela peneira grossa ou bata no liquidificador, acrescentando leite e açúcar. Misture até dar consistência de um suco cremoso. Sirva gelado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Cirquinho de Luísa está em cartaz no Rio

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: divulgação


Você já ouviu falar de um espetáculo chamado O Cirquinho de Luísa? Ele é o primeiro projeto de teatro para bebês de que se tem notícia no Brasil. Desenvolvido pela atriz e diretora Liliana Rosa, a peça é recheada de cores, sons, movimentos coreográficos, além de elementos educativos que contribuem para o desenvolvimento das crianças. Por isso é recomendada para bebês a partir de seis meses.

A técnica vem da Europa, onde começou a ganhar força na década de 90. Hoje é um trabalho bastante difundido na França, Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica e Portugal. “Mais do que um espetáculo teatral, é um projeto de aprendizagem e partilha entre bebês e pais um meio de introdução da criança no mundo da arte” afirma Liliana Rosa.

A atriz resolveu desenvolver o projeto através da inspiração que veio junto com um momento especial: ser mãe. "O nome do espetáculo revela o que foi essencial no desenvolvimento da nossa pesquisa: o nascimento da Luísa. Desenvolvemos, então, um laboratório de análise das suas reações a determinados estímulos visuais, sonoros e tacteis. A Luísa acompanhou todo o desenrolar dos ensaios e da montagem, foi quase como consultora artística. Além disso, todo o enredo da peça foi inspirado no seu nascimento e crescimento", conta.

O Cirquinho está em cartaz desde 2007 e já foi assistido por mais de seis mil bebês no Rio de Janeiro, São Paulo e em Mato Grosso. Tem dúvidas de que agrada a todos?

O espetáculo está em cartaz no Teatro Cândido Mendes, na Rua Joana Angélica, 63, Ipanema, Rio de Janeiro, aos sábados e domingos, sempre às 16 horas. A temporada vai até abril.

E atenção: apresentando a impressão desta matéria na bilheteria, desconto de 30%: o valor do ingresso adulto cai de R$25 para R$18.

Para reservas de ingressos: 21 3185-4091 / 21 8881-1526. Outras informações no endereço http://ocirquinhodeluisa.blogspot.com.

Os primeiros amiguinhos


Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem Dreamstime


Você observa o seu filhote brincando e se assusta quando uma criança chega perto e se inclui na brincadeira. O motivo? Seu pequeno nem sequer olhou para ela. Ignorou completamente. Segundo os especialistas isso é perfeitamente normal até os três anos, quando o interesse está mais voltado para os brinquedos do que para uma companhia. É a chamada brincadeira solitária. E ela acontece até nos ambientes onde há muitas crianças como creches e pracinhas. Mas logo, logo essa fase dá lugar à outra, bem mais gostosa: a descoberta dos primeiros amiguinhos.

Nos primeiros anos de vida não existe troca, colaboração e uma criança não presta atenção na outra, nem se estiverem com o mesmo tipo de brinquedo e fazendo as mesmas coisas. "Ela está focada em seu próprio mundinho. Chamamos de egocentrismo, ou seja, corrente de ideias que se baseia no próprio eu", considera a psicóloga Gabriela Cosendey. De acordo com a psicopedagoga Dulce Consuelo, a criança prefere brincar sozinha por uma questão psicológica e biológica. A transição acontece aos poucos: "Primeiro a mãe - ou a figura que desempenha o papel da maternagem - começa a ser percebida pela criança, depois vem o pai, irmãos, parentes, primos, os coleguinhas da escola, do clube, da igreja", explica.

Gabriela esclarece que o processo de brincar – mesmo sozinha - nessa fase da vida é enriquecedor e já estimula o desenvolvimento do processo de aprendizagem e a aproximação. "Os brinquedos acabam atraindo significativamente a atenção da criança, por despertarem a sua curiosidade. Mas, apesar de não haver ainda uma interação maior entre as crianças dessa idade, já ocorre a convivência entre elas", afirma a especialista.

Assim, de pouco em pouco, a criança vai entendendo o que é ser amigo e o que é ter amigo, e fazendo sua própria seleção. Mas, nem sempre ela escolhe uma criança com o seu perfil. "O que vai determinar as escolhas das companhias será o interesse comum, que pode estar em torno de um brinquedo que chame a atenção delas", exemplifica a psicóloga.

Segundo Dulce Consuelo, quanto mais novos, menor é o preconceito. "Não existe, até os cinco anos, uma preferência de idade ou sexo. São amigos de todos. Inclusive, podem ser amigos de adultos. O preconceito começa a se instalar mais tarde. Quando a criança cresce um pouquinho, com seis ou sete anos, testemunhamos o Clube do Bolinha e o Clube da Luluzinha, meninos com meninos e meninas com meninas. Quando chega a adolescência a integração entre os sexos ocorre novamente, porém com motivos de maior investigação e profundidade pelo outro".

Benefícios para o futuro

A socialização precoce faz parte da vida e, sem dúvidas, é importante para o futuro. "A partir dos três anos, a criança já começa a ter um maior senso de pertencimento, seja a um grupo, seja a uma situação ou atividade. A brincadeira já é mais interativa, as trocas passam a ocorrer com maior frequência. Ela já sabe que pertence a uma família, que faz parte de uma escola, e isso já mostra uma ampliação no seu mundo - interno e externo”, diz Gabriela.

A psicopedagoga Dulce Consuelo salienta que é fundamental estimular o valor e a importância da amizade desde cedo. "A criança aprende que não está só no mundo, que é necessário compartilhar, pensar no próximo. Mais para frente teremos um adulto de bem com a vida, que tem uma família, um trabalho e amigos, pois sabemos, inclusive, que atualmente ter muitos amigos, colegas e conhecidos favorece a recolocação profissional", pontua.

A convivência com outras crianças fará o pequeno perceber e respeitar as diferenças sociais, morais e culturais. "Uma das formas de estimular é facilitar o convívio com os coleguinhas e com os professores também, em atividade extraclasse”, sugere Gabriela. As reuniõezinhas são ótimas para isso. "O convívio pode ser estimulado participando das festas dos parentes, dos coleguinhas da escola, do prédio, do clube, da igreja", sugere Dulce.

E porque não propiciar aos amiguinhos do seu filho uma tarde gostosa na sua casa? E nada de videogame. Prepare papéis, lápis de cor, canetinha, cola e recortes de revista e deixe-os soltar a imaginação. Assim poderão compartilhar mais do que objetos: irão dividir a diversão!

Fazer amigos é uma arte

Segundo a psicopedagoga Dulce Consuelo, nem sempre fazer amigos é fácil. "Se tivermos o movimento instalado de buscar conhecer o outro desde pequeno, fazer amigos é uma tarefa natural. Mas, se os pais estimularem pouco, por serem tímidos, recatados, podem reproduzir filhos com o mesmo perfil. Dessa forma eles podem ter dificuldades de fazer amigos e isso se refletir na fase adulta", orienta. Pais que têm poucos amigos podem contribuir para que o filho tenha poucos amigos também. A ação tem um poder de retenção no outro muito grande, conforme explica Dulce. “Se vemos sempre a mesma circunstância ou situação, podemos reproduzir a atitude”, diz.

Por isso, a dinâmica familiar é fundamental para que as coisas fluam. "Esse é um fator de peso sobre a capacidade de estabelecer e manter relacionamentos com outras pessoas. A identificação primária do indivíduo é com seus pais - ou figuras parentais", pontua Gabriela. A influência da família é tão poderosa que, em alguns casos pode até "definir o jogo", ou seja, determinar uma situação, conforme explica Dulce Consuelo. "Em algumas tradições culturais, como a China, para alguém ser amigo dos filhos é preciso ser aprovado pelos pais, são eles que validarão se tal jovem é digno da amizade dos seus filhos", esclarece.


De mal ou de bem

Interessante perceber como as crianças mudam rapidamente de estado de humor. Uma hora estão de mal do amiguinho e, no minuto seguinte, brincam juntos novamente. As alterações de humor são normais entre amigos, principalmente entre a gente mais miúda, que tem até cinco anos. Ficar de mal faz parte. "A criança ainda está se constituindo enquanto indivíduo e por essa razão apresenta maior labilidade no humor", pondera Gabriela.

Ficar de mal faz parte, mas os pais devem estar de olho e orientar os pequenos para que tudo se resolva rapidamente. "Cabe aos pais explicar aos seus pimpolhos que não é preciso ficar de mal com o amiguinho para sempre, que na vida nem sempre podemos ter tudo. É fundamental explicar que é importante dividir o brinquedo, que assim a brincadeira fica mais legal, que existem muitas coisas bacanas que se pode fazer juntos, e que é muito melhor descobrir coisas incríveis com os amigos do que descobrir sozinho", diz Dulce.

Orientadas, as próprias crianças devem resolver as suas diferenças. Elas podem lidar sozinhas com essa questão. Os pais só devem interferir se a história se tornar grave, quando puder causar um dano físico real ou quando houver risco de se machucarem sério.

De mal ou de bem, a verdade é que as crianças realmente precisam de amigos, pois, de acordo com Gabriela Cosendey, as amizades possibilitam trocas entre iguais, identificações. "A criança aprender a dividir, a esperar, a compartilhar. Tudo isso favorece o processo de desenvolvimento e maturação do indivíduo", avisa Gabriela. Dulce vai além. "Todos nós precisamos de amigos é inerente ao ser humano. Precisamos estar conectados uns aos outros", ressalta.

Amigos sempre

Mesmo uma criança que não é filha única precisa de amiguinhos. A forma como brincam é diferente quando muda a outra parte. Se com os irmãos ela quer ser a filha, com os amiguinhos assume a função de mamãe. Assim, vai aprendendo outras formas de brincar e aumentando suas possibilidades.

O brincar faz parte do mundo real e é nele que as trocas acontecem. No entanto, as crianças sempre arrumam um espacinho para o amigo imaginário. Até aí, tudo bem. Mas nem pense em relaxar só porque o seu filhote arrumou essa "amizade". Ela faz parte da fantasia da criança, mas não pode substituir amigos reais. "O amigo imaginário é algo muito comum de ser ver. É como se ele preenchesse um vazio, uma determinada falta em algum momento significativo para a criança. No entanto, os amigos reais serão sempre necessários", orienta Gabriela.

Apesar das mudanças de interesses, primeiros amiguinhos podem selar uma relação para sempre. "Muitas amizades que se iniciam durante a infância se tornam amizades na vida adulta, afinal são pessoas que se constituíram enquanto pessoas juntas. Dependerá do desejo de ambos em continuar cultivando a relação. Enquanto houver identificação e prazer em estar juntos, nada os impede", finaliza a psicóloga.

As amizades por idades

Até os dois anos acontece o jogo paralelo. As crianças brincam ao lado de outras, mas de forma independente. A partir dos três anos o amigo é uma companhia. Os pequenos começam a escolher os coleguinhas através dos interesses. A brincadeira em dupla vai dando lugar aos pequenos grupos. Apesar da interação, muitas vezes o jogo continua sendo individual, pois as crianças ainda não têm senso de cooperação. Aos poucos vão aceitando a intervenção do outro e intervindo também.

Dos quatro aos seis anos as crianças já começam a se apegar a um amiguinho. No entanto uma separação - mudança de escola, de cidade - não é nada traumática. Até os oito anos já é possível surgir o "melhor amigo". Os laços mais estreitos fazem surgir também os conflitos. É normal. A partir desse ponto, a amizade vai ganhando uma importância fundamental para a vida da criança e a ajudará a criar a própria identidade. A percepção do conceito de amizade vai ficando cada vez mais clara e próxima da que o adulto tem. As crianças já sabem compartilhar, ouvir o outro, percebem que têm com quem contar em momentos bons e maus, compartilhando tristezas e alegrias.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Proteja os bebês com vacinação

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime



Você, mãe zelosa, fica feliz quando vê preenchido todo o esquema de vacinação do seu bebê. Mas, o que muitas vezes não sabe é que ele não está totalmente protegido. Como assim? - você se pergunta. A resposta é que não adianta imunizar só os pequenos. O espirro, a tosse e, até mesmo, os momentos de carinho dos jovens e adultos da própria família podem oferecer riscos à saúde do bebê. E a única forma de prevenir a doença é a vacinação. Por isso, gente grande também tem que estar com a carteirinha em dia.

Segundo a infectologista do Sabinvacinas, Ana Rosa dos Santos, os recém-nascidos possuem uma janela de vulnerabilidade que as vacinas atuais são incapazes de fechar. “Antes da primeira dose da vacina Tríplice Bacteriana ser efetuada nos primeiros dois meses de vida, o bebê está totalmente exposto à contaminação. Até os 12 meses a criança não está completamente protegida”, explica.

E os números comprovam: mais de 80% dos casos afetaram bebês com menos de seis meses. Por isso o melhor caminho é que todos os adultos que convivem com a criança sejam imunizados. As estatísticas da Sociedade Brasileira de Imunizações dão conta de que cerca de dois terços das infecções ocorrem dentro da família, sendo 50% das vezes contraído da mãe, 20% do pai e 15% de irmãos.


Só no primeiro semestre de 2011, foram registrados 593 casos de coqueluche, número superior às 588 ocorrências observadas em 2010. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo pais e irmãos mais velhos são responsáveis por 67% da transmissão da doença para o recém-nascido. A coqueluche é uma doença altamente infecciosa transmitida pelo ar e provoca tosses contínuas. Um adulto suporta seus efeitos, mas a doença pode ser letal para bebês.


Além da vacina Tríplice Bacteriana, recentemente, foi lançada no Brasil a Adacel Quadra, dose de reforço contra a coqueluche, tétano, difteria e poliomielite inativada (tipos I, II e III). A nova vacina foi desenvolvida para garantir a imunização de adolescentes e adultos, com o objetivo de proteger recém-nascidos da coqueluche. A estratégia, chamada de “Cocoon” (casulo, em inglês), recomenda a vacinação de reforço nas pessoas que têm contato com os bebês.


Mesmo que os adolescentes e adultos tenham sido imunizados quando criança, é preciso renovar a dose pois a durabilidade do efeito é de dez anos. Para a doutora Ana Rosa dos Santos, esse reforço exerce papel fundamental na prevenção da coqueluche. “Além de se protegerem, eles interrompem a cadeia de transmissão da doença”, afirma a infectologista.


A vacina Adacel Quadra pode ser tomada a partir dos três anos de idade, como reforço do esquema primário de imunização, e é recomendada para mães (antes da gravidez ou após o parto), pais e outros membros da família, profissionais da saúde e babás, além de adultos que desejam reforçar sua imunidade contra coqueluche ou poliomielite inativada em decorrência de viagens a países com risco de contaminação.


Muitas vacinas para adultos não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e é necessário dirigir-se à uma clínica especializada para receber as doses e pagar por elas. Mas vale à pena. É um carinho que toda criança merece. Então, adultos, o que estão esperando? Uma picadinha não vai doer!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Viajando de avião

Por Carolina Mouta
Matéria publicada em 09/02/2010, no site Bolsa de Bebê *
Imagem: Dreamstime

Férias! Que delícia! Mas esse período, que deveria ser só diversão, também traz algumas preocupações. Muitas mães ficam inseguras quando precisam fazer uma viagem de avião com seus filhos. Que tipo de documentação é necessária, o que pode ser levado como bagagem de mão, quando solicitar serviços, como agir em determinadas situações... É bom saber de tudo bem direitinho. Assim, você não corre o risco de ter alguma surpresa desagradável na hora do embarque ou durante a viagem.

São consideradas crianças, menores entre dois anos de idade e doze anos incompletos. Bebês são um caso à parte: as companhias aéreas não os transportam se tiverem menos de sete dias de vida, mesmo com boa saúde. Entretanto, Geraldo Cogo, chefe da pediatria do Hospital Vera Cruz de Campinas orienta que os pais estendam esse prazo para 15 dias. "Esse tempo é necessário para saber se está tudo bem com a criança. Porém, é preciso consultar o pediatra para que ele dê a liberação". Autorização concedida, eles podem embarcar se a documentação necessária estiver em dia.

Documentação

Para não ter problemas na hora do embarque, atenção à documentação, principalmente nos casos de viagem com apenas um dos pais, quando será necessário consultar as normas do Juizado da Infância e do Adolescente.

Nos vôos domésticos podem ser apresentadas cópias autenticadas dos documentos. "As crianças devem apresentar um documento de identificação com foto ou certidão de nascimento e documento que comprove a filiação ou parentesco com o responsável, observadas as exigências estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e Vara da Infância e Juventude do local de embarque", informa a assessoria da Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC.

Para embarque em vôos internacionais valem somente documentos originais: passaporte ou documento legal de viagem aceito pelo país de destino e visto, caso seja exigido. "De acordo com a resolução 74 do Conselho Nacional de Justiça, no caso da criança viajar acompanhada por apenas um dos pais, é necessária uma autorização autenticada com foto recente da criança. O pai, a mãe ou o responsável, precisa redigir o documento, e comparecer pessoalmente para fazer
a autenticação no cartório", orienta a ANAC.

É importante checar a data da validade do passaporte com antecedência porque isso varia conforme a idade da criança. De acordo com a Polícia Federal, para crianças até um ano, a validade é de um ano; de um a dois anos, o passaporte é válido por dois anos; de dois a três anos de idade, por três anos e de três a quatro anos, o documento pode ser usado por quatro anos. Acima de cinco anos de idade, o prazo é igual a do documento emitido para os adultos: cinco anos.

Para a emissão do passaporte é necessária a autorização de ambos os pais, ou do responsável legal, e o bebê ou a criança deverá estar presente no momento do requerimento do passaporte e na sua entrega. Por conta da validade, não se antecipe em emitir o documento se não houver uma viagem programada.

E se os pais foram furtados ou tiveram seus documentos extraviados? As companhias aéreas devem aceitar os Boletins de Ocorrência, de acordo com a Resolução 52 da ANAC. Entretanto, é preciso estar atento a algumas condições: o BO deve ter data de emissão inferior a quinze dias; a viagem deve ser de retorno do passageiro à origem; o mesmo deve preencher formulário específico na unidade da ANAC situada no aeroporto; o despacho do passageiro deve ser gerenciado e acompanhado por representante da empresa aérea, em coordenação com o posto de controle de acesso às salas de embarque.

Franquia de Bagagem

A franquia de bagagem é outro ponto que gera dúvidas. Não há nada que afirme que crianças que não ocupam assento tenham direito à bagagem em vôos domésticos. De acordo com a ANAC, o assunto é tratado como uma liberalidade da empresa, ou seja, cada uma pode permitir ou não o transporte de bagagem despachada para crianças de colo. Para os vôos internacionais, menores de dois anos têm franquia de dez quilos. O melhor conselho é: economize nos volumes! Lembre-se de despachar tudo o que puder.

As crianças que ocupam assento têm direito à mesma franquia de bagagem dos adultos para dos trajetos nacionais: 23 quilos mais bagagem de mão de até cinco quilos. Para o exterior o peso permitido varia de acordo com o destino. É necessário consultar a companhia aérea com antecedência.

Carrinho e bebê conforto contam como bagagem de mão. Entretanto, precisam estar dentro das regras. "Não podem exceder a cinco quilos e a soma de suas dimensões (comprimento + largura + altura) não pode ser superior a 115 (cento e quinze) centímetros", orienta a ANAC. O mais indicado é verificar junto à empresa aérea o que ela oferece de diferencial nesses casos. Algumas deixam você levar o carrinho até a porta do avião, e fazer o gate-check. Assim quando você sair do avião, eles trazem o carrinho e te devolvem. Portanto: informe-se!

Tá na mão

Quem viaja com crianças sabe que elas são imprevisíveis: dor, febre, fome, vontade de ir ao banheiro e tédio são algumas coisas que podem tirar os pais do sério durante o trajeto. Para que tudo corra bem, esteja preparada e leve tudo o que for necessário na bagagem de mão.

Na pequena bolsa podem ir artigos medicamentosos com a devida prescrição médica e suas respectivas dosagens. Separe o analgésico, o anti-térmico e um remédio para enjôo.

A alimentação dos bebês também deverá ser incluída na bagagem de mão. Verifique a quantidade para que não falte, principalmente em viagens longas. Para as crianças maiores, inclua biscoitos, chocolates e sucos. Evite levar frutas que irão produzir um lixo orgânico (casca, caroços) do qual você terá que se livrar.

Coloque também na mala que ficará com você os utensílios com as quais a criança não dispensa como chupeta, mamadeira e alguns brinquedos pequenos e que não façam barulho (pode incomodar os outros passageiros).

Uma boa idéia é levar um dvd portátil para entreter os pequenos. Apenas siga as instruções dos comissários de bordo sobre quando é possível ligar o aparelho. Ele terá que ser desligado momentos antes da aterrisagem e, para não ter choradeira, planeje o fim do filme.

Se a criança tem menos de três anos, é aconselhável levar uma ou duas mudas de roupa. Acidentes acontecem! É o doce que cai na blusa, o xixi que vaza na calça... Lembre-se, também, de levar algo extra para você. Afinal, não dá para ficar a viagem toda com cheiro ruim por causa de roupa suja de sabe-se lá o que!

Outras dicas

Alimentação - Quando o bebê mama no peito tudo é mais fácil: o self-service está bem ali. Mas, se já se faz uso de outros alimentos a situação pode complicar um pouquinho. Para não ficar enrolada na hora da fome do seu pequeno, alguns conselhos: tenha um recipiente específico com divisões para o leite em pó. Assim fica fácil abrir o compartimento e despejar o pó na água que já está na mamadeira. Se sentir necessidade de dar uma papinha, use as prontas, que vêm em potinhos. Se a criança estiver acostumada a ingeri-la na temperatura ambiente, menos mal. Caso precise aquecer, peça ajuda à comissária.

Ar condicionado - Quando se acomodar, cheque as saídas de ar condicionado que se encontram acima dos assentos. Feche-as para evitar correntes de ar.

Brinquedos - Tenha-os por perto, mas evite jogos com muitas peças. Pense também no peso dos brinquedos pois quem vai carregá-los (junto com um monte de outras coisas) é você. Brinquedinhos baratos e novos vão ajudar a concentrar a atenção do seu filhote. Compre alguns e dê aos pouquinhos para mantê-los entretidos.

Canguru ou sling - São ótimos para os bebês. Assim, os pais ficam com as mãos livres e não estarão tão cansados no fim da viagem.

Descompressão - Na hora da decolagem ou aterrisagem, os bebês devem mamar para evitar a pressão nos ouvidos. Crianças maiores devem mastigar algo ou beber água. "Antes da viagem, os pais podem pingar soro fisiológico no nariz da criança para tentar minimizar a sensação de ouvido tapado. Se o médico que acompanha a criança indicar, também pode-se usar protetor auricular", explica o pediatra Geraldo Cogo.

Escalas ou conexões - A viagem de avião pode ser interessante para a criança pela aventura de voar perto das nuvens, mas também pode ficar cansativa se for demorada. Dessa forma, opte pelos vôos diretos. Se tiver que fazer escalas ou conexões, escolha os vôos com as paradas mais rápidas.

Fraldas - Pouco antes do embarque, faça uma troca de fraldas preventiva. Assim, diminuem as chances de você ter que trocar a roupa do bebê porque o xixi vazou ou, pior, ter que trocá-lo na poltrona - que é o mais indicado - ou no banheiro do avião, que deve ser usado somente em último caso. Tenha na bolsa do bebê um trocador portátil. Eles são plásticos e fáceis de limpar. Em caso de emergência, algumas companhias aéreas têm trocador desmontável dentro do banheiro. Fale com a aeromoça.

Hidratação - Dê bastante líquido ao bebê ou à criança, pois a cabine do avião tem umidade baixa e desidrata mais. "Deve-se amamentar bastante os bebês, antes e durante a viagem. Para os maiorzinhos, que já tomam suco e água, deve-se oferecer bastante líquido antes e durante a viagem", ensina do Dr. Geraldo Cogo. O médico recomenda, ainda, hidratar a pele do bebê fazendo compressas com soro fisiológico.

Higiene - Leve álcool-gel, forros descartáveis para assentos de vasos sanitários, lenços de papel e lenços umedecidos. Isso vale não só para quem tem bebês, mas os que têm crianças maiores também. Mãos sujas não são raras.

Melhor Horário - Para viagens longas, prefira os vôos noturnos. Assim, as crianças não ficarão excitadas por estarem "nas nuvens" e poderão relaxar e dormir. A excitação poderá ser aliada nos vôos mais curtos. Poder visualizar tudo tão pequenininho lá de cima será um bom motivo para evitar o chororô.

Necessidade de serviços - Lactantes e pessoas com crianças de colo são consideradas passageiros com necessidade de atendimento especial. "É necessário avisar a empresa aérea no ato da compra da passagem ou com antecedência mínima de 48 horas antes do embarque. Pessoas que necessitam de atendimento especial também têm direito a atendimento preferencial no check-in e no embarque", alerta a ANAC. Já o desembarque dessas pessoas é feito por último, exceto nos casos em que o tempo disponível para a conexão ou outro motivo justifique a priorização. Quem viaja com bebês deve informar à companhia aérea. Dependendo do destino, algumas oferecem bercinhos para acomodar o neném e assentos especiais na aeronave. Mas isso é em número limitado, ok? Em alguns vôos também é possível pedir comida especial para as crianças. A solicitação desses serviços normalmente está disponível somente para vôos internacionais e deve
ser feita com antecedência.

Roupas e sapatos - Nada de peças apertadas ou incômodas. Lembre que a temperatura dentro da aeronave é baixa, por isso, não esqueça de levar casacos ou uma blusa mais quente. "A criança tem que estar confortável, mas também não pode ficar com frio", orienta o pediatra.

Segurança - Bebês e crianças devem ocupar os lugares programados para sua maior segurança. "O bebê deve viajar no bebê conforto e não solto no colo de um dos pais. Quando a criança é maior, também vale a regra de evitar o colo. Ela deve ocupar uma poltrona", alerta Dr. Geraldo.

Tarifas - Quando os pais fazem a reserva das passagens aéreas fica a dúvida sobre quanto será cobrado pelo menor. Para esclarecimentos, consulte a Portaria 676 da ANAC. "Crianças menores de dois anos de idade poderão ter seu transporte cobrado, valor que não pode ultrapassar 10% da tarifa paga pelo adulto, desde que não ocupe assento. As crianças acima de dois anos deverão ocupar assento e, consequentemente, pagarão tarifa de acordo com o cobrado pelas empresas. O valor do desconto concedido para as faixas etárias varia de acordo com a companhia aérea", esclarece a agência reguladora. Principalmente nos trajetos domésticos, é comum as empresas aéreas não cobrarem nenhum percentual pelo transporte de crianças menores que dois anos. Entre dois e 12 anos, geralmente pagam entre 50 e 70% do valor da passagem do adulto.

* O texto pode ter sofrido modificações

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Chupeta ou dedo?

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime

A maternidade traz consigo muitas dúvidas. As mamães de primeira viagem costumam ficar perdidas entre tantas questões e pitacos externos. A utilização da chupeta é um desses temas polêmicos, que sempre surgem na rodinha de discussão da família. Uns dizem que ela ajuda a tranquilizar a criança. Outros, que é prejudicial ao desenvolvimento. Mas, e quando o bebê a substitui pelo gostoso dedinho? Nesse caso, a emenda pode sair pior que o soneto.

Os especialistas dizem que a grande questão não é o hábito em si, mas a falta de limite para ele. A chupeta pode ser usada para dormir, como um ingrediente a mais no ritual do sono. Nesse caso, ao completar um ano de vida a criança deve ser incentivada a substitui-la por um amiguinho como um bichinho de pelúcia, um paninho... Já o dedo é mais complicado, não é? Ele está ali, disponível 24 horas por dia. Sem falar que na batalha entre o dedo e a chupeta, ela leva vantagem.

É unânime o que dizem os especialistas: o dedo é bem mais prejudicial, pois não tem o formato anatômico e age com muito mais força, fazendo pressão e causando maior deformidade. Como o hábito de chupar o dedo também é mais difícil de ser removido, não vai ter jeito. "Se o bebê começar a chupar o dedo a chupeta deve ser oferecida a fim de evitar o início do hábito", pontua a dentista Liana Carneiro Costa.

A chupeta

A verdade é que o uso da chupeta não é natural, como muita gente pode pensar. Segundo o Dr. Hamilton Roblelo, pediatra do Hospital São Camilo, as crianças não conhecem a chupeta, ela é apresentada pelos pais e avós. "Isso vem acompanhado sempre com os dizeres de que a chupeta acalma a criança. O que acalma é um bom ambiente familiar, com pais tranquilos", ressalta.

De acordo com Cláudia Razuk, coordenadora do Colégio Itatiaia, o maior erro dos pais em relação à chupeta é a supervalorização do acessório. "Eles oferecem a chupeta como se ela fosse a salvação para todos os problemas pelos quais a criança passa".

Desde que não seja exagerado, o hábito de chupar chupeta não deve ser visto com preocupação. No entanto, usar o bom senso é primordial. Para começar, a ideia de oferecer a chupeta ao recém-nascido só porque ele está chorando deve ser abolida. Os pais devem esperar os sinais da necessidade efetiva. O ideal é observar se o bebê precisa sugar o dedo ou parte da mão, um paninho, o cabelo da mãe, a roupa. Veja também se ele está com fome, com a fralda suja. As razões do choro podem ser muitas.

A inclusão precoce da chupeta pode provocar o desmame, pois o bebê pode fazer confusão de bicos (seio materno x chupeta) e passar a ter dificuldade em sugar o seio materno. Depois de fixadas as mamadas regulares, pode-se oferecer a chupeta nos casos em que o bebê precise.

A dentista Liana Carneiro Costa alerta que muitas vezes o uso do bico é até necessário para que seja suprida a necessidade de sucção do bebê. "Ofereça uma só chupeta ao bebê, apenas em momentos críticos, sem deixá-la à mão e de fácil acesso para a criança e, caso seja necessário o uso de bico, recomendamos o ortodôntico, que fará a criança exercitar mais a musculatura do que o bico comum".

Segundo a psicóloga Ana Lúcia Oliveira, o uso da chupeta não é igual em todas as crianças. "As vantagens ou desvantagens variam de criança para criança. Temos que considerar a singularidade de cada individuo", pondera.

O dedo

Há crianças que não gostam de chupeta, mas estes casos são raros e podem levar a outro hábito nada saudável: o de chupar o dedo. Tudo bem, tudo bem... Seu neném fica lindinho com o dedo na boca. Mas ele causa muitos prejuízos ao crescimento dos dentes e é muito mais difícil de ser eliminado, já que não há como restringir o acesso.

Outro problema se esconde atrás do hábito: mão de criança está sempre mexendo aonde não deve. Levar o dedinho sujo à boca pode atacar seriamente a saúde do pequeno, sem contar que, em longo prazo, poderá causar uma anormalidade do tecido dos ossos do dedo preferido.

Durante a chamada fase oral, que vai até os 20 meses, não é necessário alarde. É uma reação instintiva: o bebê tem necessidade de sugar e faz isso para se acalmar, quando está muito cansado ou com fome, carente de conforto ou chateado. Com o tempo, o hábito deveria se tornar desinteressante e ser substituído por um brinquedo macio e aconchegante, principalmente quando se mantém pela busca do conforto e não pela necessidade da sucção. Mas, quando a mania se prolonga é de extrema importância tratar a causa, pois a criança pode estar triste, solitária ou até depressiva, e por isso, chupa o dedo.

Chupeta X dedo

A dentista Liana Carneiro Costa explica que a sucção é um ato fisiológico e necessário nos primeiros meses de vida do bebê. "Crianças amamentadas no peito têm suas necessidades físicas e psicológicas supridas, contribuindo para a não aquisição dos hábitos de chupar o dedo ou chupeta, mas uma lactação inadequada, falta de aleitamento materno ou alimentação artificial dada neste período pode determinar a instalação desses hábitos".

Pode ser necessidade, sim. Mas também pode ser pura mania. A fonoaudióloga Luiza Kawagoe faz uma observação. "Às vezes a criança não chupa a chupeta e fica com a mesma na boca, apenas ocupando um espaço, quase como se fosse um brinquedinho".

Questões psicológicas não devem ser excluídas. Por volta de um ano de idade, ocorre a transição da necessidade física para a emocional. É o momento em que a criança passa a ter entendimento e começa a usar o hábito de chupar o dedo ou a chupeta para minimizar frustrações: elas podem pedir a chupeta ou levar o dedo à boca sempre que ficam chateadas, como quando recebem um não dos pais ou levam um tombo.

Pode ser que a criança também desenvolva uma relação afetiva com a chupeta. Novamente é importante avaliar a presença de transtornos emocionais e conversar com o pequeno. Quando não consegue largar a chupeta, a criança está com alguma dificuldade de aceitar frustração ou de se relacionar com o mundo. "Às vezes, a dependência também causa uma infantilização exagerada, ou seja, a criança usa o artifício da chupeta e dedo na boca como uma forma de não querer crescer”, diz Cláudia Razuk. Ela precisa entender que aquilo está fazendo mal e assim despertar a vontade de parar.

Para evitar que a criança leve o dedo à boca com frequência, Dr. Roblelo dá dicas. "Chame a atenção para atividades onde ele use as mãos como desenhar, pintar, montar", ensina o médico. Já se a questão é a retirada da chupeta, o pediatra orienta não deixá-la à mostra. "Mesmo sem vontade, ao vê-la, colocam na boca", diz.

Segundo Luiza Kawagoe, brigar com a criança não adianta e só atrasa o processo. O ideal é sempre conscientizar dos prejuízos que estes hábitos acarretam. "A proibição simples dificilmente dá resultados eficientes", pontua. E proibir não é mesmo o caminho mais correto. No entanto, é aceitável se os pais perceberem que os hábitos estão atrapalhando o desenvolvimento da criança, conforme pontua Ana Lúcia oliveira. "Mas tudo deve ser feito com respeito e carinho", ressalta a psicóloga.

Comparar a criança com outra, desde que beneficamente, pode ajudar na eliminação da chupeta ou dedo. "As crianças gostam de mostrar que estão crescendo e, quando os pais comparam seu filho com uma criança mais velha, que ela admira e que já deixou a chupeta, essa comparação pode ajudar, sim", orienta a especialista.

Na verdade o pulo do gato está em fazer as coisas de forma sutil. Se a criança perceber que os hábitos incomodam os pais, não hesitará em contrariá-los. "A criança gosta de chamar a atenção para si, gosta de ser o centro das atenções. O ideal é não ressaltar com veemência e sempre tentar distraí-la com algo que ela aprecia, além disso, os pais devem tocar calmamente no assunto, tentando de maneira simples dizer que não é bonito", ensina Dr. Roblelo.

O entra e sai da chupeta e do dedo na vida da criança varia conforme a necessidade em cada etapa do desenvolvimento. O interesse diminui com a descoberta de novos atrativos. Os pais devem oferecer mordedores e brinquedos que podem ir à boca para ensiná-la a substituir.

Para que a interrupção do hábito não cause traumas, os pais precisam estar bem seguros. "Os sentimentos deles passarão para as crianças", considera Cláudia. O incentivo também é fundamental. Por isso priorize os momentos de carinho ao lado dos seus pimpolhos e faça um elogio ou carinho sempre que a criança conseguir ficar pelo menos um tempo sem chupar dedo ou quando deixar a chupeta de lado. Pode parecer besteira, mas isso fará toda a diferença no futuro. "Deixar esses comportamentos de forma correta pode fazer com que tenhamos crianças mais ajustadas emocionalmente", diz Ana Lúcia.

A psicóloga lembra, ainda, sobre a importância da retirada dos hábitos na tenra idade. "A criança pode ser vitima de bullying por chupar dedo ou chupeta no contexto escolar e/ou social, caso ela já tenha passado da época de deixá-los para trás". A especialista diz, ainda, que os pais devem perceber o melhor momento para iniciar o processo. "Geralmente, quando a chupeta é retirada numa idade mais avançada, a criança não a substitui pelo dedo. A substituição pode ocorrer se a criança ainda sentir necessidade de sucção ou quando regride o comportamento quando ganha um irmãozinho ou quando está carente, querendo chamar a atenção".

Liana Carneiro Costa alerta os pais de que não há uma fórmula mágica para resolução do problema agindo isoladamente. "Não se pode esquecer que a continuação do hábito de sucção do dedo ou chupeta pode ter diversas causas", explica. Portanto, é importante que, em caso de dificuldade, os pais procurem a ajuda de profissionais como odontopediatras, fonoaudiólogos e psicólogos para a remoção do hábito.

Alguns contras

Problemas na respiração podem ser ocasionados por causa do uso da chupeta ou do hábito de chupar o dedo. Nos dois casos, a boca permanece aberta e faz com que a criança acabe trocando a respiração nasal pela oral. Outros problemas respiratórios também podem ser ocasionados. "Tanto chupeta quanto dedo são facilitadores de doenças respiratórias e em geral provocam a respiração oral viciosa, que também favorece doenças do trato respiratório superior", avisa a fonoaudióloga Luiza Kawagoe.

Diversas infecções são outro ponto preocupante. Um estudo apontou que crianças que não usavam chupeta tinham 33% menos incidência de infecções no ouvido médio. Portanto, se o seu filho tem tendência a otites, largar a chupeta pode ser uma excelente ideia.

E tudo acaba se interligando: de acordo com o Dr. Hamilton Roblelo, há, ainda, possibilidade de outras infecções como amigdalites, rinofaringites e sinusites causadas por conta da respiração pela boca.

Ruim para os dentes

As mamães que ainda amamentam não devem ter a ilusão de que a sucção é igual no peito e na chupeta ou dedo. A sucção do peito é a única responsável por desenvolver de maneira plena a musculatura, as arcadas e a respiração do bebê. "O aleitamento maternal serve como um exercício que estimula o desenvolvimento das estruturas orofaciais. A chupeta e o dedo não ajudam essa evolução, sem falar que podem provocar alterações nas arcadas dentárias, prejudicando a oclusão dentária", alerta a fonoaudióloga Luiza Kawagoe.

Segundo a dentista Liana Carneiro Costa, o aparecimento da maloclusão, como a mordida cruzada ou mordida aberta nas arcadas dentárias vai depender essencialmente da intensidade, força e duração diária do hábito de sucção, posição do dedo ou chupeta na boca e também a predisposição genética.

Se o seu filhote anda com a mania do dedinho na boca, não vai ter muito jeito: dê a chupeta. Ela deve ser específica para cada faixa etária e se difere em modelo e tamanho, sendo algumas com formato ortodôntico desenvolvido para causar menos prejuízos. "Os pais devem observar uma que tem alguns furinhos na ponta. É melhor e impede a ingestão de gases, é só pode colaborar com gases e cólicas nas crianças abaixo dos seis meses, depois disto ela consegue facilmente eliminar os gases e praticamente não apresenta mais cólicas", ressalta o Dr. Roblelo.

Mas o socorro tem limite: aos três anos de idade, todos os dentes de leite já estão na boca e, a partir daí, o estrago provocado pela chupeta é cada vez maior. Segundo o pediatra Hamilton Roblelo, já foi comprovado que se parar até esta idade, consegue-se reverter todas as alterações da arcada dentária, impedindo as deformidades faciais.

O impacto da sucção depende de diversos fatores e, quanto mais frequente, intenso e prolongado o hábito, maior o estrago e mais difícil a recuperação. As deformações como mordida aberta, mordida cruzada, projeção dos dentes para frente e musculatura flácida de lábios e língua podem desaparecer com o tempo. Mas casos mais graves exigem tratamento ortodôntico e fonoaudiológico para a correção e a eliminação das consequências.

Ruim para a fala

Uma coisa acaba levando à outra: se o hábito de chupar a chupeta ou dedinho trouxe alterações para a arcária dentária, irá afetar também a fala, provocando alterações na articulação dos sons. "Chupar o dedo em qualquer idade, ou chupar a chupeta após os dois anos podem prejudicar o desenvolvimento das estruturas orofaciais, interferindo tanto em condição de musculatura destas estruturas, quanto na mobilidade de língua e lábios, alterando a produção dos sons da fala", pontua a fonoaudióloga Luiza Kawagoe.

Quando a criança começa a falar e mantém a chupeta o tempo todo na boca, poderá perder o contato dos pontos articulatórios para a emissão dos sons da fala, e isso pode contribuir muito para o aparecimento de distorções como o ceceio (às vezes confundido com a língua presa: a língua entra no meio dos dentes na hora de falar sons como "s" e "z"). Sem falar que, chupando a chupeta ou dedo, a criança permanece de boca aberta e com a língua rebaixada, descansando em posição pouco natural. Isso altera a mastigação, a deglutição e o paladar.

Segundo Cláudia Razuk, se passarem do limite aceitável, os hábitos de chupar chupeta ou dedo podem ocasionar problemas no aprendizado. Isso está diretamente ligado aos prejuízos na fala.

Quer uma mãozinha?

Se já está na hora de abandonar o hábito da chupeta, incentive o seu pimpolho a se sentir independente. Prepare-se, pois não é nada fácil deixar a mania de lado. Com jeitinho e paciência a criança vai se sentindo segura e abandonando de vez o acessório. Veja alguns truques que podem ajudar vocês na transição:

- Não deixe a chupeta disponível
- Reduza aos poucos o uso, deixando com que a criança use a chupeta somente à noite, de preferência na hora de dormir
- Seja perseverante: nos primeiros dias a criança vai pedir a chupeta e caberá a você ser firme. Nunca volte atrás na decisão
- Troque a chupeta por algo que a criança goste. Pode ser uma brincadeira, um passeio ou presentinhos. Mas atenção: nunca substitua a chupeta por doces
- Criança adora a ideia de estar crescida. Diga que chupeta é coisa de bebê
- Incentive-a a dar a chupeta para o Papai Noel, para o Coelhinho da Páscoa ou para a Fadinha da Chupeta, em troca de uma lembrancinha
- Identifique os sinais de que seu filho está pronto para largar a chupeta e aproveite o momento. Na primeira oportunidade em que ele recusar a chupeta, tire-a de sua vista e aguarde. Naturalmente ele pode largar o hábito.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Refluxo do xixi

Por Carolina Mouta
Matéria publicada em 12/04/2011, no site Bolsa de Bebê *
Imagem: Dreamstime

Quem é mãe sabe que refluxo é uma palavra que não falta no seu dicionário. Afinal, os pequeninos costumam nos presentear com regurgitações sem fim. Mas, agora, vamos falar aqui sobre outro tipo de refluxo que acomete bebês e que, nem sempre, é bem diagnosticado: o refluxo do xixi.

Menos comum que o gastroesofágico, o refluxo vesico-ureteral (RVU) acomete cerca de 1% das crianças de todo o mundo.De acordo com a Drª Vera Koch, médica responsável pela unidade de nefrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, o refluxo do xixi é o retorno de parte da urina, que deveria ser expelida, para os rins. "A urina é produzida pelos rins, escoa pelos ureteres até a bexiga. Quando a bexiga fica cheia se deflagra o processo de micção, o músculo da bexiga se contrai e a urina sai pela uretra. Nas pessoas que têm refluxo, parte do volume de urina que está na bexiga volta para o rim, isto pode ocorrer só no momento da micção ou independente deste", explica.

Com isso, e com o tempo, as bactérias presentes na urina podem causar o que os médicos chamam de infecções urinárias de repetição. E, normalmente, é aí que pais e médicos descobrem a doença. "A maior parte dos refluxos é diagnosticada na investigação da infecção urinária febril da criança. Parte das dilatações renais ou hidronefroses, presentes na ecografia fetal são também causadas por refluxo", esclarece a Drª Vera. Estatísticas dão conta de que entre 25 e 40% das crianças com infecção urinária sofrem de refluxo vesico-ureteral. Isso é bastante.

Muitas vezes a infecção urinária deixa de ser diagnosticada ou é tratada como uma virose. Isso pode dar tempo para que essa infecção faça um estrago. Elas podem provocar lesões nos rins, com formação de cicatrizes definitivas que, se tiverem extensão suficiente poderão levar à insuficiência renal. Estima-se que de 5 a 15% dos casos de insuficiência renal terminal devam-se, em última análise, ao refluxo vesico-ureteral. Mesmo pequenas cicatrizes podem ocasionar, em médio-longo prazo, a instalação de hipertensão arterial e levar à deterioração da função renal. Por isso, se a criança tem infecções urinárias com frequência, é importante procurar um especialista.

Existem algumas causas para o aparecimento do RVU. Normalmente é um problema congênito, mas pode também ter origem genética e até mesmo ser motivado por um desfralde precoce. Além disso, o refluxo pode acontecer em apenas um ou nos dois rins. "O refluxo pode existir já desde o intra-útero, isoladamente ou associado a outros tipos de má-formação urinária, ou pode ser adquirido posteriormente. No menino a forma mais comum é a congênita e se apresenta precocemente. Já a menina apresenta o quadro após o primeiro ano de vida, sendo a patologia adquirida", diz a Drª Vera.

O refluxo pode ocasionar algumas complicações em médio e longo prazo. Essa evolução da doença, normalmente, está ligada à sua causa. "Em geral quanto maior o grau do refluxo, ou seja, quanto mais urina voltar aos rins, maior a chance de associação com complicações", alerta a médica. E o problema pode ter cinco graus: do um, o mais leve (refluxo só no ureter) até o cinco, o mais grave (refluxo até o rim, causando intensa dilatação renal e tortuosidade dos ureteres). A classificação internacional estabelece assim os graus:

Grau I - refluxo só para o ureter
Grau II - refluxo até o rim, sem causar dilatação renal ou ureteral
Grau III - refluxo até o rim, causando pouca dilatação renal.
Grau IV - refluxo até o rim, causando moderada dilatação renal.
Grau V - refluxo até o rim, causando intensa dilatação renal e tortuosidade dos ureteres.

A confirmação do diagnóstico é feita através da uretrocistografia miccional. É um exame radiológico, realizado com contraste: a substância é introduzida na bexiga, verificando-se se ela reflui até aos rins. Não é nada confortável, mas é necessário para que seja comprovada a suspeita e iniciado o tratamento.

Diagnosticado o quadro, o tratamento é clínico. É importante lembrar que o que vale para um paciente não é o que é colocado em prática com o outro. O tratamento é individualizado e nele são levados em conta diversos fatores como a idade da criança, o sexo, o grau de refluxo, manifestação da doença, evolução das infecções, comprometimento renal e as particularidades de cada caso. Alguns casos mais raros e extremos têm indicação cirúrgica.

Dados estatísticos revelam que 15% dos adolescentes portadores de insuficiência renal crônica têm como causa o refluxo vesico-ureteral que não foi diagnosticado ou corretamente tratado na infância. A boa notícia é que, uma vez tratado, não há com o que se preocupar. "Em geral, quando o refluxo comprovadamente desaparece, não há recidiva", finaliza a Drª Vera.

* O texto pode ter sofrido modificações

Abrindo o Baú...

De fato nós nunca sabemos o que pode sair do baú de uma criança. Com base nesse trocadilho surge esse blog. O objetivo é falar sobre aquilo que as mães conhecem ou sobre o que nem imagimam que existe!

Sugestões, críticas, elogios e reclamações podem ser feitos através do email obaudacrianca@gmail.com.

Preparados para abrir o Baú? Sejam bem vindos!