sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Comportamento de crianças diante o sol

Por Dr. Marcelo Olivan


O Pedriatrics (http://pediatrics.aappublications.org/), jornal da Academia Americana de Pediatria, publicou um estudo recente com crianças e pré-adolescentes para verificar como se comportam diante do sol, se têm o hábito de cuidar da pele e usar protetor solar.

Pesquisadores entrevistaram 360 crianças em Massachusetts (EUA), quando elas tinham dez anos de idade, fazendo perguntas sobre se tinham sofrido uma queimadura no verão anterior, quantas horas costumam passar sob o sol, se gostam de se bronzear e se usam protetor solar. Eles acompanharam os participantes e após três anos, as crianças - já adolescentes, foram entrevistadas novamente e os resultados foram surpreendentes.

A queimadura solar permaneceu estável, latente na pele, em pouco mais de 50% dos participantes. Enquanto crianças, apenas 50% relataram o uso frequente do filtro solar sob o sol, por pelo menos seis horas. Entretanto, o uso do protetor, nas mesmas condições, caiu para 25% quando as crianças passaram a ser adolescentes.

O estudo mostra que as crianças que sofreram um incidente de queimaduras solares grande na infância correm duas vezes mais risco de desenvolver um melanoma mais tarde na vida. Aos dez anos, a participação dos pais é mais ativa, por isso o uso maior do filtro solar. Mas os pais ainda pecam em apenas incentivar as crianças a usarem o filtro solar e não explicam o por que de se proteger do sol. O número de pré-adolescentes que passam o tempo ao sol para ficar bronzeadas aumentou durante o período de três anos. Na adolescência, a vida ao ar livre e os bronzeados vistos na televisão e nos colegas se tornam mais importante do que o cuidado com a própria saúde.

O sol pode causar danos latentes à pele se não cuidada corretamente. Até chegar à adolescência, a criança se expõe demais à radiação solar, que tem ação cumulativa ao longo dos anos, afetando o DNA das células. Os pais e a sociedade devem provocar um alerta sobre os perigos com a pele nos jovens. A exposição à radiação do sol está associada ao desenvolvimento de câncer de pele mais tarde na vida, ou seja, é imprescindível o uso correto do protetor ainda quando pequenos. E a proteção da pele é o único meio de evitar futuramente a doença.

O autoexame é também uma medida preventiva para diagnosticar precocemente o câncer de pele. Todas as partes do corpo devem ser examinadas diante do espelho pelo e, ao avaliar sinais suspeitos na pele, como manchas, feridas que não cicatrizam, ou pintas de nascença que comecem a crescer ou a mudar de cor, o paciente deve procurar um médico especialista imediatamente e ser encaminhado para o tratamento correto. A cura é bem possível na maioria dos casos, principalmente quando há prevenção.

*Dr. Marcelo Olivan é membro do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e está diretamente envolvido com intervenções reparadores, como reconstrução e remoção de lesões causadas por câncer de pele e queimaduras. Mantém o portal www.cancerpele.com.br, que esclarece dúvidas sobre a doença e alerta sobre prevenção.

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