quinta-feira, 8 de março de 2012

Natação para bebês

Por Carolina Mouta
Matéria para o site
Bolsa de Bebê *
Imagem: Dreamstime


A água é um elemento bastante conhecido dos bebezinhos. Afinal, foram nove meses de contato com o meio aquático, ainda que na barriga. Os pequenos saem dela demonstrando muitos reflexos e movimentando-se com muita habilidade. Aproveitando essa deixa, muitos pais iniciam seus filhotes na natação, o único esporte indicado para bebês. E que gostoso pode ser! Sem barreiras para os movimentos e sem sentir o seu próprio peso, o pequenino tem momentos de prazer e descoberta e aprende a nadar a partir da brincadeira de mexer os bracinhos e as perninhas.

Completo, o exercício estimula todas as partes do corpo, promove tranquilidade e momentos de intimidade com os pais. Mas não é só por isso que é indicada. Há inúmeros motivos para matricular o seu bebê na aula de natação. De acordo com o professor Dani D´Aquino, segurança, saúde e lazer são alguns deles. "A natação pode evitar acidentes e salvar vidas desde muito cedo; fortalece o organismo prevenindo doenças ou promovendo reabilitação física e bebês e crianças bem adaptadas à água e, sabendo nadar, aproveitam muito mais as visitas em piscinas, praias, lagos e rios", pontua.

Bebês podem começar o exercício desde muito cedo. O ideal é que os pequenos tenham o primeiro contato com a piscina quando já tomou as segundas doses da maioria das vacinas, estão mais firmes e têm mais movimentação do corpo. Isso evita problemas chatinhos como inflamações de ouvido. "Para a maior parte dos pediatras a natação é recomendada a partir dos seis meses de vida, com o atestado", diz a professora Flávia Gazolli, especialista em psicomotricidade aquática.

Normalmente não há contraindicação do esporte para bebês, exceto quando as crianças têm alergia ao cloro.

Benefícios à beça

Mamães que decidirem colocar os bebezinhos na natação irão colher ótimos resultados. "A natação melhora da coordenação motora; aumenta a capacidade cardiorrespiratória; desenvolve noções de espaço e tempo e ajuda a prevenir doenças respiratórias", enumera o professor D´Aquino. Equilíbrio, tônus e outras atividades funcionais são muito favorecidas. "A natação estimula o apetite e tranquiliza o sono", explica Flávia.

E não é só o físico que colhe benefícios. O lado emocional e a confiança mútua também podem ser bastante trabalhados. "O bebê que pratica a natação desde cedo é estimulado de diversas formas. O contato direto com a água e seu acompanhante, que na maior parte das vezes é com sua mãe, proporciona momentos de conforto e estimula a afetividade", esclarece a especialista.

A natação pode auxiliar na prevenção e no tratamento de algumas doenças, principalmente as de origem respiratória, desde que praticadas em piscinas bem tratadas e com boa circulação de ar fresco. Alergias, bronquites ou rinites alérgicas podem ter um baita alívio com a prática regular do esporte. Mas, não se engane! A natação pode ser negativa em alguns casos. "A pressão, uma das propriedades físicas da água, tanto pode ajudar em caso de doenças respiratórias ou circulatórias também pode piorar doenças como a sinusite. Por isso a importância de consultar o seu médico antes de iniciar a prática da natação", reconhece o professor D´Aquino. De acordo com Flávia Gazolli, a natação também é excelente para tratar crianças que apresentam atraso motor.

Como é a aula

As aulas para bebês são cuidadosamente formuladas. Normalmente são mais curtas que as aulas tradicionais - têm a duração de até 45 minutos - e a presença de um dos pais é indispensável até, mais ou menos, os três anos. "Precisamos de alguém de confiança para entrar na água com o bebê. Um dos pais fica praticamente o tempo. Em alguns momentos a criança fica com o professor. As atividades são colocadas aos pais e eles executam com seus filhos. Nós, professores, somos mediadores", conta Flávia Gazolli.

Segundo Dani D´Aquino, o professor orienta as atividades - que devem ser prazerosas - de acordo com a idade de cada bebê. "É mostrada a melhor maneira de segurar o bebê e como fazer os mergulhos, além de muitas outras atividades, que geram segurança para os bebês e os pais", explica. O ritmo é menos intenso para os bebês menores. "Os bebês com menos de oito meses possuem um ritmo diferente, mais lento", ressalta Flávia.

De acordo com a especialista, para pais e bebês o exercício deve ter um caráter lúdico e recreativo. Já para o profissional, deve ter planejamento e conteúdo. "Brincar por brincar qualquer um faz. A diferença é que estamos auxiliando esses pais a estimular seu filho de uma forma segura e organizada", orienta.

É importante que o ambiente seja rico em estímulos. Deve haver número suficiente de objetos com diferentes cores, tamanhos, formatos e as atividades devem buscar facilitar o desenvolvimento dos sentidos da criança. Músicas também devem fazer parte das aulas, pois estimula a memória, ajuda a aumentar o vocabulário e traz noção de ritmo.

Olho vivo!

São tantos pormenores que não é qualquer pessoa que pode dar aulas de natação a bebês. Conhecimentos sobre psicologia e fisiologia do desenvolvimento infantil fazem diferença na hora de propor as atividades adequadas à faixa etária. Portanto, os pais devem estar atentos à habilitação dos instrutores. "Os professores obrigatoriamente devem ser formados em educação física, registrados no Conselho Regional de Educação Física (CREF), com participação de cursos específicos de natação para bebês", salienta Dani D´Aquino.

Outro ponto que precisa ser avaliado é o local das aulas. Os pais devem conhecer a academia, verificar as instalações físicas em relação à higiene, ventilação e limpeza dos vestiários.Assistir a uma aula e conversar antes com o professor para saber sobre a dinâmica ou número de bebês por turma, são boas dicas.

A piscina - motivo de preocupação de muitos pais - deve receber tratamento especial. "A temperatura de ser em torno de 32 a 33°C, com residual de cloro dentro da faixa ideal e, de preferência, com tratamento auxiliar da água através de ozônio ou ultravioleta", explica o professor Dani.

Para que a criança aproveite as aulas e tenha vontade de cair na piscina, insira a natação no dia a dia sem alterar a rotina. O horário da aula não deve coincidir com o soninho da tarde ou com a hora da alimentação do pequeno. E não se preocupe com a fralda: já existem modelos de várias marcas próprios para piscina e que não apresentam qualquer risco de vazamento.

Como em tudo o que fazemos, estímulos são muito bem-vindos: elogie o seu bebê a cada conquista, a cada mergulho, a cada gesto. Assim, a natação será um momento de extrema felicidade, permeada por muito aprendizado e lições para a vida inteira.


* O texto pode ter sofrido modificações

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