quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Material escolar: vamos economizar?

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstine



Todo início de ano é a mesma coisa: lá vem aquela lista enorme com o material escolar das crianças. Como se não bastasse os outros gastos típicos da época (lembre-se que você tem que pagar tudo o que gastou no Natal e Ano Novo, além de IPVA, IPTU...), é hora de comprar o que os pequenos precisam para iniciar o período letivo.
 
Levantar todo o material escolar que sobrou no ano anterior, separando o que pode ser reaproveitado ou não, pode ser uma boa alternativa, conforme pontua o educador financeiro Edward Claudio Jr. Nessa hora é importante lembrar que as trocas de livros didáticos entre alunos de séries diferentes representam grande economia. Caso não possa trocar, doe o material para jovens de famílias necessitadas. O especialista orienta, ainda, a ver sobre a possibilidade de comprar somente o material que será utilizado no primeiro semestre, isto poderá lhe trazer uma boa economia e menor desembolso de dinheiro.
 
Na hora da compra, evite levar as crianças. "Elas são influenciadas pelos amigos e pelo marketing publicitário, por isso vão querer sempre produtos da moda e que contenham imagens de artistas ou personagens de sucesso, o que faz com que os preços desses produtos fiquem muito mais caros", ressalta Edward.

Heleni de Paiva, diretora do Procon de Santo André, órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Jurídicos, ainda ressalta que há garantia para os itens adquiridos em papelarias. "Se os produtos apresentarem algum problema, mesmo que sejam importados, o consumidor tem seus direitos resguardados pelo Código de Defesa do Consumidor. Os prazos para reclamar são de 30 dias para produtos não duráveis (como lápis e borracha, no caso de materiais escolares, pois seu uso ou consumo resulta na destruição imediata da sua própria substância) e 90 dias para os duráveis (como apontadores e mochilas)”. A diretora ainda reforça que é preciso ler atentamente as instruções e recomendações de uso de cada produto adquirido.

Outro conselho essencial é a exigência da nota fiscal, pois ela é o meio de prova da aquisição do produto, e pode ser utilizada para o caso de reclamação ou troca.

Segundo as orientações da Fundação Procon, a escola não pode solicitar a compra de materiais de uso coletivo, como material de higiene e limpeza ou taxas para suprir despesas com água, luz e telefone; exigir a aquisição de produtos de marca específica, e determinar a loja ou livraria onde o material deve ser comprado. Para a diretora, a atitude de algumas escolas que exigem que o material escolar seja comprado no próprio estabelecimento é abusiva. "O Procon defende que é obrigação da escola fornecer as listas aos alunos, a fim de que os pais ou responsáveis possam pesquisar preços e escolher o local em que irão adquirir os produtos", frisa Heleni.

É bom destacar que a instituição escolar só deve pedir aquilo que for para uso pedagógico do aluno e devolver os produtos que não forem usados ao final do ano letivo.
Algumas medidas simples podem ajudar a manter o orçamento da família em ordem e o Finanças Práticas, programa de educação financeira da Visa, reuniu algumas delas:

1. Evite a pressa: “é importante se preparar para a compra e olhar a lista com calma, sem querer resolver tudo para ontem”, destaca Waldeli Azevedo, consultora financeira do Finanças Práticas;

2. Reaproveite: podemos sempre reaproveitar materiais de um ano para o outro. Por isso, vale mobilizar toda a família e fazer uma boa busca em casa;
3. Negocie com a escola: “nem sempre aquilo que está na lista será usado imediatamente”, comenta Waldeli. Vale a pena checar com a escola quais itens podem ser comprados mais para frente ou no segundo semestre;
4. Pesquise preços: o preço pode variar bastante de uma loja para outra. É importante pesquisar pela internet ou diretamente nas lojas, como preferir;
5. Compre em grande quantidade: “os preços para compras no atacado podem representar uma economia significativa”, alerta a consultora. Vale juntar um grupo de amigos ou estocar em casa.
6. Divida a lista: por mais que elas gostem, as crianças não devem participar da compra de todo o material. O ideal é dividir a lista entre itens para serem comprados sem elas e com elas, para que haja essa participação. Isso evita o stress e, consequentemente, mais gastos na hora das compras;
7. Preserve-se: “evite ir às lojas em horários de pico, pois, no tumulto, corremos o risco de perder o controle e gastar mais. Tente manter a calma e tenha paciência”, aconselha Waldeli;
8. Limite o orçamento: antes de sair para as compras, estipule o quanto vai gastar e não fuja muito dessa quantia;
9. Diga não: quando estiver acompanhado dos filhos, não tenha medo de dizer não. O material escolar não deve ser visto como um prêmio para a criança, como se estudar fosse algo ruim. Utilize a oportunidade para dar os primeiros passos na educação financeira das crianças.
10. Planeje-se: alguns itens, como mochilas, lancheiras e canetinhas podem ser comprados em outras épocas do ano, com preço muito menor. Programe-se!
11. Atenção ao uniforme: leve apenas o necessário. Estamos no verão, portanto, seu filho não vai precisar agora de casados e moletons, que são itens mais caros. Além disso, lembre-se: as crianças crescem depressa!
12. Negocie descontos: “observe as condições de pagamento, negocie descontos e prazos. Seu bolso agradece”, finaliza Waldeli.
 
Lembre de que comprar materiais escolares é uma atividade de extrema importância que requer cuidados. Este investimento deverá sempre estar previsto no orçamento da família.

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