terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Proteja os bebês com vacinação

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime



Você, mãe zelosa, fica feliz quando vê preenchido todo o esquema de vacinação do seu bebê. Mas, o que muitas vezes não sabe é que ele não está totalmente protegido. Como assim? - você se pergunta. A resposta é que não adianta imunizar só os pequenos. O espirro, a tosse e, até mesmo, os momentos de carinho dos jovens e adultos da própria família podem oferecer riscos à saúde do bebê. E a única forma de prevenir a doença é a vacinação. Por isso, gente grande também tem que estar com a carteirinha em dia.

Segundo a infectologista do Sabinvacinas, Ana Rosa dos Santos, os recém-nascidos possuem uma janela de vulnerabilidade que as vacinas atuais são incapazes de fechar. “Antes da primeira dose da vacina Tríplice Bacteriana ser efetuada nos primeiros dois meses de vida, o bebê está totalmente exposto à contaminação. Até os 12 meses a criança não está completamente protegida”, explica.

E os números comprovam: mais de 80% dos casos afetaram bebês com menos de seis meses. Por isso o melhor caminho é que todos os adultos que convivem com a criança sejam imunizados. As estatísticas da Sociedade Brasileira de Imunizações dão conta de que cerca de dois terços das infecções ocorrem dentro da família, sendo 50% das vezes contraído da mãe, 20% do pai e 15% de irmãos.


Só no primeiro semestre de 2011, foram registrados 593 casos de coqueluche, número superior às 588 ocorrências observadas em 2010. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo pais e irmãos mais velhos são responsáveis por 67% da transmissão da doença para o recém-nascido. A coqueluche é uma doença altamente infecciosa transmitida pelo ar e provoca tosses contínuas. Um adulto suporta seus efeitos, mas a doença pode ser letal para bebês.


Além da vacina Tríplice Bacteriana, recentemente, foi lançada no Brasil a Adacel Quadra, dose de reforço contra a coqueluche, tétano, difteria e poliomielite inativada (tipos I, II e III). A nova vacina foi desenvolvida para garantir a imunização de adolescentes e adultos, com o objetivo de proteger recém-nascidos da coqueluche. A estratégia, chamada de “Cocoon” (casulo, em inglês), recomenda a vacinação de reforço nas pessoas que têm contato com os bebês.


Mesmo que os adolescentes e adultos tenham sido imunizados quando criança, é preciso renovar a dose pois a durabilidade do efeito é de dez anos. Para a doutora Ana Rosa dos Santos, esse reforço exerce papel fundamental na prevenção da coqueluche. “Além de se protegerem, eles interrompem a cadeia de transmissão da doença”, afirma a infectologista.


A vacina Adacel Quadra pode ser tomada a partir dos três anos de idade, como reforço do esquema primário de imunização, e é recomendada para mães (antes da gravidez ou após o parto), pais e outros membros da família, profissionais da saúde e babás, além de adultos que desejam reforçar sua imunidade contra coqueluche ou poliomielite inativada em decorrência de viagens a países com risco de contaminação.


Muitas vacinas para adultos não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e é necessário dirigir-se à uma clínica especializada para receber as doses e pagar por elas. Mas vale à pena. É um carinho que toda criança merece. Então, adultos, o que estão esperando? Uma picadinha não vai doer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário